Vivemos tempos de loucura. O mundo como o conhecíamos mudou e nós fomos obrigados a mudar com ele. A maior pandemia
de que há memória continua a assolar o mundo e remete-nos para uma das maiores crises dos últimos 50 anos,
despoletando o nosso instinto de sobrevivência. Milhares de empresas viram-se forçadas a fechar portas, outras a
reinventarem-se, sempre com o intuito de fazer o mundo e a sua economia viva, para garantir os recursos necessários
à manutenção de empregos e produção de bens. Em Portugal, devido à evolução positiva desta pandemia, as medidas de
contenção do vírus foram aligeiradas, possibilitando o regresso aos locais de trabalho, com as devidas medidas de
proteção, de todos aqueles que se encontram a trabalhar de forma remota.
A pergunta impõe-se: continuar a trabalhar de casa ou voltar ao escritório?
A resposta tende a ser muito complexa e depende essencialmente do tipo de trabalho que se realize. No entanto, face
às soluções existentes no mercado, não existe justificação para que o teletrabalho não seja uma solução viável para
boa parte das empresas em Portugal. Para tal, importa analisar os processos de negócio e as suas áreas de atuação e
perceber como será possível criar condições para o desenvolvimento das tarefas do quotidiano.
São várias as empresas que, após uma avaliação interna cuidada, alteraram os seus processos de venda,
potencializando, por exemplo, a incursão em plataformas de e-commerce ou marketplaces, por forma a garantir a
continuidade da operação. Por outro lado, a utilização de ferramentas tecnológicas de gestão integrada das
organizações, como ERPs, Gestores de Processos, etc., permite aos decisores terem uma visão global dos seus
negócios, possibilitando a gestão remota de projetos, unidades de produção ou comércio em geral.
Segundo estudos internacionais, 65% das pessoas que fazem ou já fizeram teletrabalho afirmam ser mais produtivas, o
que nos leva a crer que dado o presente estado, sem data prevista de término, é imperativa a adaptação à nova
realidade pois, mesmo num eventual regresso ao escritório, não será um regresso à normalidade como a conhecíamos.
Assim, importa, numa primeira fase, perceber como será a adaptação para que depois seja possível gerir empresas de
forma assertiva. Independentemente da posição das organizações, será importante manter uma comunicação ativa e
eficiente com todos os colaboradores, realizar uma gestão integrada do negócio e fazer usufruto de ferramentas
capazes de ligar todos os elementos, como gestores de tarefas e aplicações de teleconferência, criando um
ecossistema favorável ao desenvolvimento do trabalho, sempre que possível.
Assim, independentemente do local de trabalho, importa criar as condições necessárias para que a economia não
colapse, levando sempre em consideração a seriedade que esta pandemia merece, colocando em primeiro lugar as
questões de saúde. O mundo está a voltar aos poucos e nós temos de voltar com ele.